No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Socratismo moderno

Na Grécia antiga havia um sujeito,
um homem simples, feio, maltrapilho
de pai e mãe, quiçá também de filho,
um nada! um joão-ninguém mais-que-perfeito!

No rastro que deixava havia um brilho,
que ofuscava a luz da luz do dia.
E, displicentemente, ele seguia
atrás de seu destino andarilho.

Viveu, como "um escravo de sofia",
acorrentado ao próprio pensamento,
a salpicar palavras pelo vento
nos tímpanos daquele que o ouvia.

Nos nossos dias esse tal sujeito
(o homem simples, feio, maltrapilho)
talvez não irradie o mesmo brilho,
ou ande maltrapilho do seu jeito.

Talvez, por impulsão do preconceito,
o mundo encarrilou por outro trilho.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 12/04/2014
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