No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Ode pra Noel Rosa

Estava eu e a folha de papel
como fosse casal de namorados.
No dedo, um grafite apontado,
um fósforo apagado, um anel...

Na vitrola um disco de aluguel
tocava o seu samba mais bonito.
Cheguei até ouvir os três apitos
e o grito do gerente do motel.

Ouvi também o último desejo
por sobre o silêncio de um minuto.
Meu coração, de pronto, botou luto
por todas juras e por todos beijos...

Me debrucei na folha de papel...
carpi, junto à buzina do meu carro,
um triste adeus pra chaminé de barro...
e fiz este poema pra Noel.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 06/05/2007
Alterado em 23/12/2020
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