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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

O pai nosso de carne e osso

Ó pai que está no chão dos nossos dias
e que nos mata a sede e dá o pão,
que roga ao pai do céu por compaixão
e vive do suor das mãos vazias.

Ó pai que paga a vida a prestação
e sobrevive às custas do salário,
que reza na cartilha do vigário
a calejar os pés na procissão.

Que seja feita, pai, tua vontade:
andar à luz do sol pela cidade
sem encontrar, sequer, um só ladrão...

sair assobiando pela rua
e ter, por companhia, a mesma lua
que luz sobre as veredas do sertão.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 13/04/2014
Alterado em 13/04/2014
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