No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

E depois do adeus?

Um velho cravo preso na lapela
(sombra reminiscente da memória)
é tudo o que nos resta da história
contada em sua página mais bela.

Que porto há de ancorar a caravela
que fez mudar as cores de abril?
Que flor há de enfeitar um só fuzil
erguido palmo acima da patela?

Que destino há de ter a Cinderela,
se o rumo da história nos revela,
o mundo de verdade tão hostil?

Se todos os personagens são escravos
e a utopia já não colhe cravos
há muitos vinte e cinco de abril?
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 16/04/2014
Alterado em 18/04/2014


Comentários

Site do Escritor criado por Recanto das Letras