![]() Flagrante de um certo dia dos pais
Por trás do falso brilho da vitrina, um manequim (com traje a rigor) era o retrato, sem tirar nem pôr, do pai que lhe habitava a retina. O pai, que foi um sonho de menina materializado em um retrato: uma fotografia três por quatro colada, em preto e branco, na retina. —Não põe a mão no vidro, ó menina! Ouvi, do outro lado da vitrina, a voz autoritária do gerente. Olhou, mais uma vez, pro manequim... Olhou para o retrato, olhou pra mim... e nunca mais saiu da minha mente. Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 17/04/2014
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