No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Casto castigo

Egresso da orgia, o condenado
exilou-se do mundo de verdade
e foi colher estranha tempestade
da brisa que havia semeado.

Morreu na cruz erguida (doutro lado)
por conta do pudor e da decência,
posto à mercê da dó e da clemência
dos súcios solidários no pecado.

Hoje leva no peito a cruz pingente,
presa aos grilhões da falsa liberdade
pra conviver no meio dessa gente,

que o reduziu a menos da metade:
um frívolo, um tolo dependente
do cinto sepulcral da castidade.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 20/04/2014
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