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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Suspiro de amor

—Vou te abater, angélico cupido,
co'a mágoa que me dói no sentimento.
E, embora tarde, juro, não lamento
o tempo que passei junto contigo.

Meu coração, outrora um bom amigo,
cada vez mais é mais, e mais, hostil.
Hoje ele lança chamas, qual fuzil,
sem distinguir o novo do antigo.

—O que te fiz de mal, ó meu poeta,
se uso, da paixão, a velha seta
que o amor, hoje em dia, ainda usa?

Nada! A não ser ouvir teu coração
armar o arco e flecha da paixão
e colocar nas mãos da tua musa.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 04/05/2014
Alterado em 22/01/2021
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