No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Desletrado do absurdo

Ando puto da vida co'a gramática.
Não escrevo parágrafo sem erro.
O verbo errar conjuga meu enterro,
trajando o luto da sintagmática.

Junto de sua pária eclesiástica,
zomba da minha rude ignorância;
da minha malfadada concordância,
crua deselegância, sistemática.

Vou cuspi no sujeito da oração;
defecar no artigo em contração
a fez, sem crase, da ortografia.

Pra redimir a minha incultura
corrijam-me os erros na leitura,
mas deixem-me ouvir a poesia.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 09/09/2005
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