No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Delírio fugaz

Ao olhar para o chão do meu jardim,
notei um velho prego, sujo e torto,
ao lado de um besouro semi-morto
por sobre a flor caída do alecrim.

Um pouco mais ao lado, um vim-vim
trilava saltitante, indiferente...
e logo, mais adiante, um vivente
olhava de soslaio para mim.

Ao olhar para o céu do meu jardim
o sol, de um tom vermelho carmesim,
cegou o meu olhar, por um segundo.

Dois segundos depois (até que enfim)
eu descobri que o chão do meu jardim
era um jazigo antigo doutro mundo

e que  flor caída do alecrim,
era apenas um verso  moribundo.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 30/08/2014
Alterado em 14/03/2020
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