No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Soneto da vingança e do perdão

Vou ferir-te no âmago, essência...

Incendiar a dor dos sentimentos!

Não ouvirei, de ti, os teus lamentos,

nem os pudores vãos da consciência.

 

Tu hás de me guardar em penitência

pelos erros sombrios do passado.

Hás de amar o quanto fui amado

até o limiar da existência.

 

Então vou rir, zombando do teu pranto,

te fazer de palhaço, o coração,

até despedaçá-lo de paixão.

 

Mas se tu me entregares teu encanto,

rogo por Deus que tenha compaixão

e me dou por inteiro em tuas mãos.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 11/09/2005
Alterado em 12/11/2021
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