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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Ocaso em João Pessoa

À sombra de Ravel, o sol preguiça
e espraia as longas fímbrias no horizonte.
E Deus revolve o céu por um instante,
qual fosse um grão de areia movediça.

A tarde então se queda submissa
aos olhos reticentes de Maria.
E Deus colore o céu de poesia,
enquanto o mundo reza a sua missa.

A lágrima oscila displicente,
enquanto apago o sol da minha mente
e olho pro meu próprio coração.

Assim, consigo ver o sol nascente
parir um novo dia e, novamente,
comemorar o dom da criação.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 27/09/2014
Alterado em 27/09/2014
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