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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Oração de repúdio ao preconceito

Que vos livrem dos negros, dos mulatos...
dos mendigos e outros “vagabundos”.
Que os ponham na cruz, longe do mundo,
e vos deixem dormir junto a Pilatos.

Que vos livrem dos “néscios Raimundos”,
que vicejam nos sonhos campesinos,
a formar um cordão de “Virgulinos”,
que adentram à pátria pelos fundos.

Que vos livrem do gozo dessa gente,
que labuta e que pensa diferente
de vós, que sois os “filhos de direito”.

Que vos livrem, enfim, da inteligência
de quem nunca se curva, em reverência ,
ao galanteio vil do preconceito.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 31/10/2014
Alterado em 31/10/2014
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