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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

“É melhor ser rei do teu silêncio do que escravo das tuas palavras.”
(William Shakespeare)


Cárcere poético da palavra

Quem pode suportar a dor, silente,
quando a palavra doutro o constrange,
sabe enxergar de perto e ouvir de longe,
pois é capaz de ler a própria mente.

É que a palavra insulta, e trai e mente,
ao tempo em que afaga e que conforta,
e entra, e sai, e volta à mesma porta,
por onde entra e sai a dor da gente.

Quando um poeta esgrima na escrita
e fere com palavra mais bonita,
os preceitos morais do oponente,

a poesia ouve, e cala, e chora...
E quanto mais espera, mais demora
a derramar em verso a dor que sente.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 16/01/2015
Alterado em 19/11/2021
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