![]() Bodas de diamante de Sisa e Margô
(Poema jocoso recitado em 16/01/2008, por ocasião dos 60 anos de casamento dos meus pais) Lá se vão sessenta anos, mais de vinte descendentes. Se Deus tem lá os seus planos para cada ser vivente, também não foi diferente com esse casal distinto que abrilhanta o recinto e paga a conta pra gente. Curtidos no sol clemente que refresca Teresina, aqui plantaram semente, que inda hoje germina: Seis varões, duas meninas, uma turba de agregados, que hoje são convidados para fazer a faxina. Cada um com sua sina, como reza no ditado. Se Deus do céu nos ensina a dar despesa ao cunhado, também não será pecado, excluir do mandamento a parte do juramento que castra o homem casado. Embora, por outro lado, a bênção do matrimônio seja um fato consumado sob as barbas do demônio, o finado Epifânio, na nona lua de mel, foi o cabra mais fiel do mundo contemporâneo. Êta! Sujeito medonho!... É pensamento vigente. Eu, na verdade, suponho que somos bem diferentes: Somos fiéis proponentes do cinto de castidade pra homem de toda idade, com exceção dos parentes. Sua atenção minha gente! Segisnando, Margarida e todos aqui presentes. Eis uma lição de vida difícil de ser seguida, mas fácil de ser guardada: Uma longa caminhada nunca acaba na descida. Não há batalha perdida antes do golpe fatal! Inda que falte comida na despensa do casal, não faltará , afinal, as calorias do amor que haverão de repor a falta de capital. Et caetera e tal... e mais aquilo e mais isso... Pois se amar não faz mal, quem assume o compromisso há de viver submisso aos caprichos da paixão, até entrar no caixão e enterrar o feitiço. Margô não perdeu o viço, aquele viço de quando deram conta do sumiço, isso há sessenta anos. Se hoje estão procurando esse par enamorado... Está aqui, ao meu lado: Margarida e Segisnando. Que inda estão no comando iluminando a estrada e juntos vão caminhando, pois não têm hora marcada. E lá se vão de mãos dadas com sua prole querida: Margô fazendo a comida que Sisa acha salgada... Sejam, pois, abençoadas as bodas de diamante, hoje aqui comemoradas, neste exato instante. Desejo ao fiel amante, pra terminar o cordel: Profícua lua de mel caso o zangão se levante. Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 27/01/2015
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