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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Uma sátira à sátira

Um poema satírico, seu moço,
há de ser tão sutil e inteligente,
que consiga fazer um cão sem dente
mastigar uma carne de pescoço.

E depois de comer, roer o osso,
e andar, sem olhar, de trás pra frente,
e obrar na cabeça dessa gente,
que se julga, de Rodes, o colosso.

A sátira, seu moço, é tão ferina,
que é capaz de jogar pela latrina
toda a filosofia e a ciência.

E, ainda, depurar o pensamento,
se não completamente, dez por cento
da fez, qualquer que seja a procedência.

A sátira dá cheiro para o vento,
quando o pum do poeta é referêcia!
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 20/02/2015
Alterado em 19/01/2020
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