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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

"Idiota mesmo é o sujeito que, ouvindo uma história com duplo sentido, não entende nenhum dos dois." Millôr Fernandes

Vetor sem seta

Peço ao leitor que preste atenção
nas entrelinhas tortas desta obra,
pois tudo o que não falta às vezes sobra
no fim ou no começo da oração:

seja uma reticência, um travessão,
um til mal colocado, um cê cedilha,
a queda anunciada da bastilha,
ou o filme da última sessão...

seja um tratado a mais de Tordesilhas,
o corte enviesado das braguilhas,
ou a soma, ao quadrado, dos catetos.

Se alguém não entendeu, peço perdão,
pois eu não tenho a mínima noção
do que tentei dizer neste soneto.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 28/02/2015
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