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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

"As duas cartas de amor mais difíceis de escrever são a primeira e a última." Francesco Petrarca

Cartas fora do baralho

Minha primeira carta de amor,
eu escrevi em forma de poema.
Marcava um encontro no cinema
na porta do andar superior.

A musa, uma garota de Ipanema,
tão bela, quanto a bossa de Jobim,
nunca sorriu de perto para mim,
ou atendeu os meus telefonemas.

Minha última carta de amor,
fui ao correio, mas não pude pôr,
por conta de uma greve de carteiro.

A musa era a mesma da primeira:
uma filha da puta interesseira
que só amava o luxo e o dinheiro.

Não fosse eu ser poeta e brasileiro,
e não teria um puto na carteira.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 18/03/2015
Alterado em 21/10/2018
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