No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Santo nariz

No tempo em que era sacristão
na capelinha, lá de Colatina,
guardava, escondido na batina,
os dentes da mulher do meu irmão.

Também guardava o fogo da paixão
pelas coxas roliças de Geralda,
pois a libido, quando sai da fralda,
confunde pé de cama com colchão.

Hoje, que sou adulto, infelizmente,
eu faço quase tudo diferente,
do que, durante vida, sempre fiz.

Mas se voltasse ao tempo de menino
e ouvisse algum Sansão falando fino,
poria pó de mico em seu nariz.

Quem nasce em Teresina ou São Luiz 
aprende as artimanhas do destino.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 27/03/2015
Alterado em 29/07/2021
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