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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

"Às vezes a gente pensa que está dizendo bobagens e está fazendo poesia."
Mario Quintana


Cosedura

Que coisa, seu poeta! Que besteira!
Um versinho aqui, outro acolá.
Aquela rima em sol, a outra em lá.
Um sabiá num pé de laranjeira.

Um menino a rolar na ribanceira.
Um velho pai de santo no terreiro.
Um carnaval depois de fevereiro.
Um rombo na ciranda financeira.

Um verso, uma rima, um soneto.
Um osso a mais no pé do esqueleto.
Um rolo de papel sem serventia.

Assim, segue a coser rima por rima
e mesmo que não cosa a obra prima,
faz um ponto ou um nó de poesia.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 18/04/2015
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