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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

"Das cartas que me escreves, faço barcos de papel"
Mario Quintana


Barquinho de papel

Navego o meu barquinho de papel,
desde que me entendo como gente.
Seguia o curso d'água da enchente,
como deve seguir um cão fiel.

A chuva, feito lágrimas do céu,
levava, de roldão, qualquer tristeza.
E o barco, a deslizar na correnteza,
levava, pra bem longe, todo o fel.

Hoje faço barquinhos virtuais,
com as notícias postas nos jornais,
sobre rios de sangue e o mar de lama.

Faço da suas cartas de amor
um barquinho sem remo e sem motor,
pois quem as escreveu já não me ama.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 21/04/2015
Alterado em 13/07/2018
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