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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Amor literal

De tão surrada a palavra amor
tornou-se pieguice em dialética.
Letras a ermo, resto de fonética,
nas pobres rimas de um compositor.

Amor, esta palavra tão patética
que os poetas cospem com fartura,
não é senão uma caricatura,
mata-borrão de inspiração poética.

Amar é de um verbo a desinência,
e da rima, um verso desbotado.
O amor, literalmente nunca amado,
é só uma palvra em evidência.

Substantivo adjetivado
subentendido pela reticência.
 
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 20/09/2005
Alterado em 12/08/2018
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