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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Terpsícore

Ó musa de olhar doce e fulgente,
candente qual estrela luzidia,
olhar de quem enxerga a poesia
que ainda nem nasceu dentro da gente.

Ó musa, minha musa indulgente,
que mexe no meu peito, sem pudor,
atrás de algum broto de amor
que ainda nem deixou de ser semente.

Ó musa que afina o tom da lira
e entoa os acordes de mentira,
que o estro de poeta ora ensaia,

tem pena deste vil parnasiano.
Não deixes que eu beba um oceano
e pereça de sede em tua praia.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 10/06/2015
Alterado em 06/03/2018
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