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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Desejo, paixão e amor

Nua, sem uma pétala sequer,
a flor envergonhada se escondia,
por trás de um buquê de poesia,
num ventre aconchegante de mulher.

Ao lado, um botão de malmequer,
a resguardar-lhe o viço e o pudor,
há muito já sabia que tal flor
era bem mais do que uma flor qualquer.

Vestido, com seu manto colorido,
um nobre colibri, já bem vivido,
há muito conhecia o malmequer.

A flor é o desejo sem algema,
o malmequer um verso do poema
que o colibri faz dele o que quiser.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 10/06/2015
Alterado em 10/06/2015
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