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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

A matemática da morte

O corpo entregou-se finalmente
à inercia das moléculas vitais!
O coração que já não bate mais,
no peito estagnado do doente,

calado, espera a voz do veredito:
—Morreu! Não há um só sinal de vida!
A alma ri da própria despedida
e sai do corpo em busca do infinito.

Há uma inteligência soberana
por trás das aparências desumanas,
que se criam da morte em nossa mente.

Pois é na matemática da morte,
que cada um calcula a sua sorte
e o quanto mereceu ter sido gente.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 13/06/2015
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