No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Despedida

Eu guardo aquele olhar com que vestiste
a íris colorida, brilhante lantejoula.
Olhar que rouba o ópio da papoula
e, de tão raro, quase não existe.

Aquele olhar que olha e que insiste
em procurar por todos os olhares.
Olhar que inunda o céu dos sete mares,
quando vê outro olhar chorar de triste.

Eu guardo aquele olhar com que partiste:
o olhar de até nunca,  até jamais...
Olhar que ignorou os meus sinais,
quando olhaste pra mim e não me viste.

Aquele olhar que teima e não desiste
de confundir talvês, com nunca mais.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 14/06/2015
Alterado em 08/04/2021
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.


Comentários

Site do Escritor criado por Recanto das Letras