![]() Cão-de-guarda
—Oh, Poeta! Porque tu bebes tanto? Pergunta a poesia indignada. —Me doem versos postos na calçada, como se fossem restos doutros tantos. —Vai-te! Diz o poeta entre prantos. Anda, que outro poeta te espera. Mais um trago, vomita uma quimera, e sai a cuspir verbo em qualquer canto. A poesia (belo cão faminto) segue o poeta por um labirinto, como se os labirintos fossem nada. E pisa em cada verso vomitado, e deixa, impunemente, lado a lado, rabiscos de sonetos na calçada. Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 14/06/2015
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