No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Era uma vez...

Era uma vez um resto de saudade
dentro dum coração já muito antigo,
que vivia sozinho (por castigo)
e de tão velho já não tinha idade.

Vivia, como vive uma saudade,
num coração cansado e já senil,
velando o que ficou de quem partiu,
um pouco mais ou menos da metade.

Era uma vez um resto de saudade,
que se perdeu na lágrima vertida
e se encontrou, num beco sem saída,
entre a brisa fugaz e a tempestade.

Morreu, tal como morre uma saudade,
pra renascer em nova despedida.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 19/06/2015
Alterado em 31/01/2023
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