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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Ambiguidade espúria

Qual verme repulsivo e sequioso
por vegetar preceitos moribundos,
eis o poeta entregue há dois mundos,
não sei qual deles dois mais presunçoso:

O mundo fictício da vaidade,
onde o poeta abraça-se a Narciso
e busca no espelho o paraíso
do ego, que é, de si, a divindade?

O mundo sectário do egoísmo,
no qual propala o vil proselitismo,
para a casta mesquinha que o serve?

Em qualquer destes mundos, grã poeta,
a poesia, dama indiscreta,
há de escarrar seu asco em tua verve.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 20/06/2015
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