![]() Flores falsas
De tanto perfumar, perdeu o cheiro. Hoje não sabe mais se ainda é flor. Seu colibri também perdeu a cor e voa mais distante e mais ligeiro. As pétalas caíram por inteiro, como se fosse outono, a primavera. Hoje é só a lembrança do que era: um calo sobre a mão do jardineiro. Murcharam-se os talos, as sementes... Nasceram flores frias, diferentes, incapazes de abrir um só botão. Flores frias, sem viço e sem perfume, que não têm a magia e o costume de servir à abelha e ao zangão. Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 21/06/2015
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