No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Univitelinos
E se beijam, se abraçam comovidos,
a celebrar antiga amizade.
E se sentem felizes e à vontade
pra conversar de tudo, ao pé do ouvido.

O amor deseja o ódio, não duvido,
como se fosse um bicho, em pleno cio,
pronto a nadar, qualquer que seja o rio,
qualquer que seja o rumo a ser seguido.

Os dois se dão a torto e a direto,
como fazem os velhos conhecidos,
pois são irmãos de leite já crescidos
que mamam, sem pudor, no mesmo peito.

O dois têm em comum tantos defeitos,
que um confere ao outro algum sentido.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 21/06/2015
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