![]() Nuances da solidão
O meu passado andava pela areia a derramar suor no colarinho. E o sol tirava as sombras do caminho enquanto o vento uivava volta e meia. Do mar se ouvia o canto das sereias como um convite etéreo pro amor. E o sol supino, em transe de calor, fazia incendiar as minhas veias. Do vento, espirais redemoinhos rodavam cintilantes grãos areia. E a dor, a convidar-me para a ceia, fez a saudade cúmplice do vinho. Enquanto o céu olhava o sol se pôr, meu coração se pôs devagarinho... E sol queimou o pouco de carinho, que a vida me deixara de penhor. Tivesse a solidão alguma cor, seria, certamente, azul-marinho. Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 29/08/2015
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