![]() zooética
Trançando as pernas segue, embriagado, a tropeçar nas patas do seu cão. Blasfema, balbucia, beija o chão... até pegar no sono, estatelado. O cão guarda de cor cada pecado, que o vício impingiu ao companheiro. E sente o ar da morte pelo cheiro do sangue e do vermute derramado. E solta um aulido amargurado, e lambe, sem pudor, a mão ferida, e cheira o corpo inerte atrás de vida, e deita o sofrimento ao seu lado. Orelhas murchas, rabo abaixado, patas fletidas sob próprio corpo. Qual deles realmente estava morto, eu tenho, a vida inteira, perguntado. Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 07/09/2015
Alterado em 07/09/2015 Copyright © 2015. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. Comentários
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