Vi um poeta lúcido, em versos,  
a desbravar caminhos pouco andados
e consertar sonetos mutilados
pelo furor dos verbos mais perversos.

E vi, também, seu peito submerso,
quase afogado em minha inspiração,
escancarar-me o seu coração,
como se fosse a porta do universo.

Seu coração, umbral da poesia,
maestro de corais de cotovias
e recitais de homens de verdade.

Eu vi esse poeta, num poema,
esvaziar o pus de um empiema
e transformar repulsa em amizade.