![]()
Ebriedade
Sou sombra carcomida do passado, escombro de infortúnio e desgraça. Roeu-me, a embriguez, a carapaça, pondo o terror noturno acordado. Quanto mais ando mais a morte grassa no sofrimento de doridos passos. Pé, ante pé, carrego meus fracassos, bebendo e vomitando a mesma taça. Nasci um ébrio no primeiro trago! Vivo a comer palavras como gago e a balbuciar meus impropérios. Morro um amanhã a cada dia, a definhar cruel cacopatia, herdada dos meus genes deletérios.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 06/10/2005
Copyright © 2005. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. Comentários
|