![]() Flagrante de véspera
Havia um Noel desempregado sentado, na calçada da esquina, sob uma torpe veste natalina, com um saco vazio no costado. Tal imagem doeu-me na retina, apesar do colírio e do Ray-Ban! Eu pensei:— que será do amanhã, quando o chope fluir na serpentina... Abaixei, palmo a palmo, a cortina, com fosse um teatro de brinquedo, e guardei na caixinha este segredo, e apaguei a imagem da retina. Amanhã é Natal, acordo cedo, descortino a janela, apressado... e não vejo o Noel desempregado, só um laço amarrado ao meu dedo, pra lembra que a caixinha tem segredo, que eu jamais deveria ter guardado. Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 24/12/2016
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