![]() Soneto famélicoRescaldo da pobreza, penitente, por sob as cinzas da falsa moral, dormiu, sob a infância espectral, o pobre e desgraçado lactente.
Sem leite pra sugar, inutilmente viveu, sobre os sobejos dos jantares, carpindo a juventude e seus pesares, sem entender a dor que ainda sente.
Hoje, que o mundo gira à revelia da grande epidemia planetária, lhe resta saciar, com poesia,
a fome, feito obra literária. E dividir, enfim, a boia fria com os restos mortais da funerária.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 11/10/2005
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