![]() Amor e dor
Ébrio, perdidamente apaixonado, o homem vomitava na saudade, o porre de um amor da mocidade, bebido sob as luas do passado. Bem junto ao copo, o pranto derramado por sobre uma foto em branco e preto. Num guardanapo, a rima dum soneto que põe amor e dor do mesmo lado. A dor, fiel parceira do coitado, atravessou seu pranto, em um só nado, até chegar indene ao coração. O amor, por sua vez, não disse nada. Atravessou, com ele, a madrugada, posto a guardar-lhe o sono, como um cão. A dor do amor é pouco, quase nada, se comparada à dor da solidão. Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 15/04/2017
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