No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Ossos do ofício

O esqueleto curvo pelos anos,
que nos ombros ostenta uma caveira,
abrigou uma alma verdadeira,
que fora em vida algum parnasiano.

Não me recordo bem quem foi o dono,
mas dos poemas lembro-me ainda.
fervia de emoção em cada rima,
a cotejar o sacro e o profano.

A alma de um poeta conhecido
por ter se encarnado em um poema:
"A psicologia de um vencido".

Hoje, junto aos seus ossos, um dilema:
Será meu Deus que, no apagar da lida,
morrer como poeta vale a pena?
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 14/10/2005
Alterado em 17/10/2020
Copyright © 2005. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.


Comentários

Site do Escritor criado por Recanto das Letras