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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Diário de um pecador (Inspirado na poética de Bocage)

Adormeci orgias em tantos leitos
nas minhas noites servis de donatário,
que, de paixões, eu enchi o meu diário,
hoje fechado à luz do preconceito.

Tu foste, sim, dentre todas, a mais bela,
que a minha gula eu fiz satifazer.
Doei-me pra ti até quase morrer,
a cavalgar teus pudores de donzela.

Eu poderia, decerto, ter-te amado,
não fosse este sósia pecador
filho pródigo nascido pecado.

Mas se um dia vier morrer de amor,
este meu diário restará fechado,
pra ser, enfim, aberto em teu louvor.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 14/10/2005
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