![]() Belchior
Minha mulher me chama, é hora do almoço. A minha mão reclama um violão calado e um poeminha torto que eu deixei de lado, pois meu amor em chama já não é tão moço. A minha voz declama o verso que ora ouço, enquanto o meu almoço, a esfriar no prato, convida o irmão mais moço, que está no retrato, a reclamar da vida e do arroz insosso. Meu pai na cabeceira não alcança o sal. A minha mãe levanta, como é normal, e pacientemente nos serve a comida. Eu ponho na vitrola um velho Belchior, apanho o violão, afino em dó maior e toco "à palo seco", ou coisa parecida. Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 01/05/2017
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