
![]() Cotidiano
Todo dia faz tudo diferente: me acorda ora às cinco, ora às dez; ora me beija as mãos, ora os pés; ora dorme de costa, ora de frente. Cada dia ela é mais irreverente, como são as mulheres hoje em dia. Dia sim se derrama em poesia, dia não me apressa pro batente. Me bajula e me beija dia dez, dia onze não valho mais um réis, pelo menos até o mês que vem. Me revista ora o bolso, ora a razão; ora acende, ora apaga meu tesão, como eu fosse ora deus, ora ninguém. Se reclamo, me chama de meu bem, e me lambe dos pé ao coração. Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 03/09/2017
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