No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Os "cifrões" do destino

Era uma vez um homem muito pobre,
que nasceu pobre, como todos os seus.
O seu vizinho, homem crente em Deus,
tinha uma mina d'ouro outra de "cobre".

Era uma vez um rico, crente em Deus,
que recebeu, do pai, como herança,
aplicações em ouro e em poupança
capaz de enricar os filhos seus.

O homem pobre tinha a esperança
de ver um filho seu ser estudante.
Contudo, o seu labor extenuante
não erguia uma pena na balança.

O rico tinha plena confiança
de ver todos os filho com diploma.
Pra tanto, reservou vultosa soma,
sem tirar um centavo da poupança.

O homem pobre, pobre faleceu
sem nunca ver sequer um filho seu
subir até o último degrau.

O rico morreu rico, e todos os filhos
atravessam a vida sobre os trilhos
onde encarrila o trem do capital.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 05/11/2017
Alterado em 08/11/2017
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