![]() Poetalgia
Dói-me a poesia, essa quimera, que me açoita os versos noite e dia. Dói-me, vez que a dor e a poesia são irmãs siameses, bestas-feras. Dói-me, a cada flor da primavera, o verso que me deixa o coração e, ao chegar na flor inda em botão, forja a lembrança viva do que eu era. Dói-me, porque a dor faz o poeta, que faz da sua dor a flor aberta, que fecha o ciclo da inspiração. Dói-me, finalmente, porque a dor é a quimera que, por onde eu for, há de fazer-me ver na escuridão. Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 23/08/2007
Alterado em 04/01/2020 Copyright © 2007. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. Comentários
|