No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

No colo materno

Sobre o teu colo eu hei de segredar
o meu mais escondido pensamento,
e revelar o quanto ainda tento
achar um verso que não tenha par.

Um verso que me ensine a rimar,
como fosse o Camões, de hoje em dia,
capaz que instigar a poesia
a sufocar o céu dentro do mar.

Pois o teu colo, mãe, é o exílio
da lágrima que pende, sob o cílio,
até o despencar do novo pranto.

A lágrima, que brilha, impaciente,
à espera que o amor que a gente sente
espalhe o amor de mãe por todo canto.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 04/05/2018
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