No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Corpo estranho
Poeta, esse ser alienado,
apêndice do mundo irreal,
vive, agudamente inflamado,
a supurar a massa cerebral

numa drenagem farta, intermitente...
como fosse  espuma em profusão:
Espasmos de lirismo e ilusão
em que o coração inunda a mente.

Faz-se, então, da musa, a arquitetura;
Do mundo de ilusão, a engenharia;
No apêndice talha-se a figura...

Pelos golpes da arte, a poesia.
Da convulsão, soberba criatura
que nasce pra matar tanta agonia.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 30/10/2005
Alterado em 05/04/2008
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