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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

O verme e o político

Cavava a fez um verme solitário
na trilha dum caroço de feijão
que se perdera, em meio à digestão,
nos sulcos digestivos de um falsário.

Por ser um verme obeso e sedentário
(neto de uma Tênia solitária)
vivia uma vida cavitária,
sem confrades e sem adversários.

Mas nesse dia, o seu parasitado
(um nobre senador atormentado)
ao defender as cores da nação,

disse tanta falácia no recinto,
que, cabisbaixo e triste, o pobre helminto
migrou, atrás de ar, para o pulmão.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 19/09/2007
Alterado em 23/08/2016
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