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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Estio poético

Hoje me sinto árido de mim!
Estéril, no estio de minh'alma.
Não tenho uma só semente salva,
nem mesmo um broto triste de alecrim.

Plantei muitas sementes no jardim,
à espera que virassem poesia,
mas só colhi a vil melancolia,
que me devora e nunca chega ao fim.

Poeta já não sou, murchou-se a lira!
Resta-me um só verso, que delira
no inóspito deserto do meu ser:

Um verso de amor, de antigamente,
que resistiu plantado em minha mente
e que até hoje espera pra nascer.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 13/07/2019
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