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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

"O medo é o pai da moralidade." Nietzsche

Bastardo do medo

Se diz um puritano, sem pecado,
no mundo do pecado hodierno:
um santo idolatrado no inferno,
por obras do presente e do passado.

Um santo que não foi santificado,
e que perdeu as asas, por castigo,
quando o medo enterrou-o no jazigo,
e a moral se enterrou no mesmo lado.

A moral que ora veste a hipocrisia,
com a doce e inocente fantasia,
que é capaz de enganar o bem e o mal.

A moral que se esconde em segredo,
e que tenta enganar o imenso medo,
de que o medo não vá ao funeral.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 10/08/2019
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