![]() Se algum dia o amor vier me procurar, diz a esse monstro que fugi de casa. Augusto dos Anjos
Os espinhos do amor Amei, como um escravo, a vida inteira, sem perguntar porquê, qual o motivo. Talvez, porque quisesse manter vivo, um broto que floria na roseira. Amei sem procurar adjetivos pra iluminar as trevas da cegueira. Amei o seu perfume, que hoje cheira nos jardins, para além dos mortos-vivos. O amor guarda a maldade em segredo, até que um belo dia, tarde ou cedo, revela, ao cupido, o seu pesar. E desse dia, até chegar ao fim, segue a vender um falso manequim, à espera que algum tolo venha usar. Se um dia o amor quiser saber de mim, digam que me enterrei nalgum lugar. Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 07/02/2020
Alterado em 12/12/2020 Copyright © 2020. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. Comentários
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