![]() Não é culpa do Cordel
Como não sou cordelista, mas um fazedor de rima, nunca escrevi obra prima, ainda que a mão insista. Minha veia de artista é uma varize só. A minha pena com dó da falta de inspiração, aceita o sim como não, e valsa, como forró. Nossa Senhora do Ó, minha santa preferida, a minha mãe, Margarida, que além de mãe foi avó, com paciência de Jó e sapiência de Rui, sabem bem por que não fui e jamais serei poeta, pois que meu estro vegeta na rima que nunca flui. Se o verso acaba em "ui" e a rima se esvazia, procuro na poesia, algo que subistitui: troco o muito pelo mui, como escreve o literato, troco a versão pelo fato, a tinta pelo pincel, ponho a culpa no cordel, que há de pagar o pato. Um amigo meu do Crato, muito bom na redondilha, no soneto, na setilha... sujeito humilde e sensato, fez um calo no sapato dos poetas de araque, que fazem parte da claque dos pseudo-literatos: os abutres e os ratos que hoje estão em destaque. Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 27/07/2020
Alterado em 15/09/2021 Copyright © 2020. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. Comentários
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